Pessoal,
Convidei o expert em tecnologia ERIC MESSA para nos contar um pouco os seus pensamentos sobre como fica a privacidade na era do tão falado BIG DATA.
Considero esse tema super relevante no mundo da publicidade e, não poderia pensar em pessoa melhor e, com mais expertise do que ele para dividir seus learnings.
Vamos lá! Espero que gostem!
PRIVACIDADE NA ERA DO BIG DATA
A internet e as redes sociais propuseram uma nova dinâmica para o compartilhamento de informações dentro da nossa sociedade. Esse dinamismo parece estimular uma “exposição voluntária” do indivíduo. É muito comum ver pessoas tornando públicas informações que décadas anteriores eram consideradas “privadas”.
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Na era do big data, diversas informações sobre um mesmo indivíduo são registradas na internet. Há diferentes desdobramentos para um fato tão importante como esse. O mais óbvio é a possibilidade de rastreio e vigilância de uma determinada pessoa. O ex-funcionário da CIA, Edward Snowden, tornou público em 2013, um programa de vigilância do governo americano. Sob certo aspecto, é válido considerar que antes mesmo do governo, a própria sociedade passa o dia vigiando e controlando os passos digitais de seus amigos pelas redes sociais.
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Cenas do filme – Eagle Eye
A disposição pela exposição é o artifício por trás de qualquer rede social. Esse artifício também está presente em muitas das campanhas de comunicação e ações inovadoras que apresentam características colaborativas e interativas. Por trás há sempre algum aspecto que envolve a exposição do consumidor. Hoje o consumidor quer participar da propaganda, algo pouco comum antigamente.
Esse é o cenário atual, é onde nos encontramos. Não pense que você está isento, escondendo-se atrás das configurações de privacidade do Facebook. Se você gosta de brincar de Instagram no seu iPhone, então você faz parte dessa sociedade da (auto)exposição. Manter o perfil do Instagram fechado apenas restringe sua audiência, nada mais do que isso. Você não tem controle completo sobre sua imagem na rede. Na era do big data, há mais rastros digitais sobre nossas vidas do que imaginamos.
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Numa rápida consulta à web, todos saberão em qual classificação um determinado jovem estudante entrou na universidade. Nos anos seguintes, se ele ganhar algum concurso, isso também ficará registrado na internet. Quando casar, com certeza o fotógrafo da cerimônia aproveitará algumas fotos para o seu portfolio online. O videomaker publicará no Youtube. Se um dia ele participar de um processo judicial, isso será registrado na internet. Conclusão: você estará na web, seja por vontade própria, ou não.
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Assim, não é a configuração do seu perfil que vai salvar sua reputação, mas a consciência crítica de tudo que é publicado. Vou mais longe, a consciência dos seus atos públicos. O que você faz entre quatro paredes não interessa a mais ninguém além de você, por isso não deveria nem ser registrado com o celular. Já o que acontece além dessas paredes pode cair na rede com mais facilidade, mesmo sem a sua intencionalidade. Esteja ciente disso.
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Eric Messa
Professor da faculdade de Comunicação e Marketing e Coordenador Geral do Núcleo de Inovação em Mídia Digital da FAAP.